quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Os pêsames e os parabéns

foto por Joel Cardoso - Cemitério Parque dos Ipês - Jundiaí/SP


Os pêsames e os parabéns


Ao cair da tarde, numa cidade do interior, foram dois os significados para “o pôr do sol”.

Era 06 de Agosto de 2013.

Enquanto muitas pessoas já haviam me ligado ou escrito algo sobre o meu aniversário, uma amiga muito próxima tinha que lidar com o luto por perder seu pai para uma doença implacável, o câncer.

Desde o anunciado sobre a expectativa de vida – por volta de 6 meses -  até o dia do último adeus, foram 42 dias de um misto de sentimentos: o desejo de que os exames estivessem, ao menos um pouco, equivocados; o desejo de regressão e, se possível, cura dessa doença; a incerteza de como lidar com a informação, sem negá-la, mas sem “entregar-se” a uma morte ainda em vida; e o que acontecerá depois disso?

O tempo de vida foi abreviado de todas as formas possíveis, mas apesar dessa dor e desse luto que precisa ser vivido, “há tanta vida lá fora” e o meu desejo é que a vida seja reconfigurada e que haja motivo suficiente para o recomeço ao olharem uns para os outros.

No encontro, dentro do cemitério, próximo à cova, minha amiga e eu nos abraçamos fortemente e enquanto eu apresentava meus pêsames, ela me dava parabéns pelo meu aniversário.

Este é o momento exato em que se encontram a festa e a dor. A vida sendo celebrada e a morte sendo chorada. E tudo isto faz parte do viver.

Assim como ela não se esqueceu de demonstrar a importância da minha vida, mesmo diante da morte tão dolorida de seu pai, eu não deixei de celebrar a minha vida e receber todo o carinho que me foi dado neste dia e, mesmo assim, reservei meu espaço para chorar o que dói naqueles a quem amo. Se a dor de quem amamos não doer em nós e, se a alegria de quem amamos não for nossa também, há algo de errado em nossa maneira de entender o amor.

O sol se pôs definitivamente para uma convivência para a família e amigos de quem se foi.

O sol se pôs para uma fase e renasceu no dia seguinte para um novo ciclo em minha vida.

Mas, enquanto houver sol é preciso renovar as forças, aquecer a alma e chorando, sofrendo, festejando, vivendo ao lado de quem amamos.


“...Quando não houver desejo,
Quando não restar nem mesmo dor,
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós, aonde Deus colocou...

Enquanto houver sol, Enquanto houver sol
Ainda haverá,

Enquanto houver sol, Enquanto houver sol” (Sergio Britto - Titãs)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sobre as eleições 2012



Quem vota hoje no PT pode estar se utilizando da mesma lógica do antigo eleitor malufista do "rouba, mas faz". Pode ser por isso que o Maluf tenha se aproximado do antigo desafeto PT.
Aliás, de todos os meus conhecidos mais próximos que votaram no Haddad, só uma é realmente petista; o restante votou contra o Serra.

Aos indignados da classe média que jogam palavras ácidas contra quem não votou no Serra, não sabem ou não se lembram do quanto os menos favorecidos da periferia são esquecidos pela agenda de um partido, no mínimo, injusto.

Os que acham desinteligente votar num candidato de um partido em que muitos se corromperam e recentemente foram condenados, não foram a fundo na história da mesma prática "mensalística" do PSDB, que, por ainda não ter sido julgada, parece não ter a mesma desonra. Antes de esbravejar contra o que está nos tribunais e na mídia atualmente, leia “A privataria tucana” de Amauri Riberio Jr e sinta náusea.

Um erro não justifica o outro, em qualquer ordem que se queira ler.

Parece que virou uma modinha não votar/anular/votar em branco. Se alguém vai tomar conta da minha casa, do meu bairro, da minha cidade, da igreja, do estado ou do país e eu tenho a possibilidade de escolher e não o faço, acho que pode ser um jeito de lavar as mãos.
Pode ser um pseudo protesto, porque no final são computados os votos válidos, logo, ajuda-se com meu voto inválido, quem já tem mais votos.

E isso é muito parecido com narcisismo, porque ninguém é bom o suficiente para mim, ou tanto quanto eu.

Se ninguém passa pelo teu crivo e, em volta de uma mesa, com um copo que se enche e se esvazia várias vezes, você sabe exatamente quais são as soluções, candidate-se! Até porque alguém vai assumir a direção e, no final, você dizer: “eu não votei” não resolveu também!

É seu direito não votar?! Claro que é! A questão não é se sou obrigado e não deveria ser, mas é: tenho a possibilidade, mas decido terceirizar.

Meu filho também faz assim: Se sou obrigado a fazer, então eu digo não!! – mas ele tem menos de 2 anos de idade!

“- Ah! Mas não quero votar no menos pior!!” Penso que sempre será feita a escolha do menos pior para se votar, porque alguém que chega à liderança de um partido político, a uma candidatura por um cargo desse tamanho, etc., já alinhavou diversas “alianças” e negociou muitas coisas que para você e para mim seriam inegociáveis.

Ninguém será perfeito! Você seria?!

Você pode ter a tua opinião e ela pode ser totalmente oposta à minha e eu respeito quem pensa! Inclusive quem pensa diferente de mim, mas me reservo ao direito de expor minha opinião! 

E é só uma opinião!!

terça-feira, 10 de abril de 2012

MiNhA pÁsCoA



O assunto é muito mais do que a simplória polarização de morte x ressurreição.
Uma completa a outra e a história não é destrinchada.

Primeiro, Deus nasce homem e a partir daí Ele é homem. O nosso Deus se fez homem e, em um ou em outro momento, morreria por ter assumido essa condição.


Viveu, sendo o exemplo de amor e falando sobre uma vida natural vivida com amor, paz e justiça.


Essa proposta comprometia a forma de viver dos homens que, não suportando serem denunciados como injustos e maus, resolveram calar este homem, matando-O.

Ele, que abriu mão de ser igual a Deus, encontrou a finitude da vida terrena, como todo homem.

E, sim, Cristo ressuscitar é a nossa maior esperança, pois significa que Seus valores não morreram, mas são para sempre em nós.




Joel Cardoso

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

B, R, O - bro


O ano tem uma velocidade frenética e se não fizermos pausas, por pequenas que sejam, não conseguimos perceber coisas boas que ele nos traz. As coisas ruins, sim, sentimos todos os dias na pele e parece que vivemos para fugir delas o tempo todo.

Não pode ser assim. Nossa vida não deve ser pautada pelo ruim. É preciso valorizar o que é bom. E o que é bom nem sempre é espetacular, ao contrário, pode ser bem simples.

Como perceber as coisas simples? Talvez, rejeitando a ideia de que devemos cuidar somente do que é urgente, afinal precisamos empenhar uma atenção ao que é importante.
“Eu me recuso, faço hora, vou na valsa... a vida é tão rara”(Lenine)

B, R, O – Bros são os meses finais do ano.
Setembro já se foi. Outro “bro” ou Outubro chegou, nem disse a que veio e logo se despede também. Mais dois “bros” e fim.

Mas, ok! Há duas maneiras de se olhar para o fim: Como FIM ou como a possibilidade de um recomeço.

Para um novo começo não é necessário esperar o ponto final. Podemos decidir se o ponto será final, exclamativo, ou se continuaremos reticentes diante das interrogativas da vida. E muitas são as perguntas.

Que tal nos anteciparmos, fazendo nós mesmos as perguntas e tomando atitudes necessárias? Respondermos só se houver necessidade, senão, convivermos em paz com as “não respostas”.

Seria preciso aguardar o fim do ano para fazer coisas que estão pendentes? Ou esperar para fazer mais uma daquelas listas de desejos e metas - algumas inatingíveis, para mais tarde nos frustrarmos?

Melhor seria começarmos - antes do fim - com simples gestos de carinho com quem amamos e, mesmo que sem tempo ou energia, ganhar algumas horas – porque amar nunca é perder tempo, e refazer as forças – porque o afeto traz ânimo novo a quem o dá e a quem o recebe.

Correr tanto pra quê? O Tempo é agora! Esperar o máximo por quê? Se o suficiente é o bastante. É claro: sempre melhorar, mas isso pode não querer dizer ter algo mais e, sim, ser alguém melhor.

Sonhe, deseje, realize.

O sonho move a criatividade e nos dá esperança.

O desejo faz com que se queira continuar.

E o realizar faz com que se abra a possibilidade de ter novos sonhos, desejar coisas novas e realizar cada vez mais. E assim viver, aproveitando até os detalhes de cada dia. Que tal isso tudo a partir de já?

Joel Cardoso

quarta-feira, 29 de junho de 2011

29 de Junho do meu amor

Você nunca passou por essa data com tanto pra comemorar e festejar. 

O sentido que a vida ganhou a partir do Pedro é indescritível! Experiência que redireciona caminhos e torna a vida melhor em profundidade. Tudo é mais lindo!

Vejo nos teus olhos o sentimento de plenitude. 

É isso que desejo pra você: -Seja plena, inteira e simplesmente continue caminhando, porque pra mim está claro que você é melhor a cada dia!! 

Tim! Tim! Um brinde ao meu amor, que tem a capacidade de extrair coisas boas que eu nem sabia que tinha aqui!! 

Minha reverência a esse amor!!! "Como quem ouve uma sinfonia".

B.Jô

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O ciclo da vida!


Quando eu era bebê meus pais decidiam e faziam tudo por mim e para mim. Me ensinaram a falar, andar, comer, ler, cantar, etc...

Decidiam o que eu podia ou não fazer; que corte de cabelo eu teria; o que eu comeria; onde eu deveria ir.

Pagaram as contas desde as minhas primeiras fraldas, até o uniforme do vôlei.

Adolescente e jovem, passei a ser parceiro nos compromissos da casa.

Cresci e a vida veio parar nas minhas mãos. É assim com todos.

Casados, dividimos a responsabilidade de fazer as coisas acontecerem.

Melhor do que isso: tenho um filho e agora começo tudo outra vez... dessa vez, eu sou o pai e tenho essa responsabilidade e o enorme privilégio de ensinar (embora ainda, e sempre, esteja aprendendo) sobre a vida, os caminhos e descaminhos. Construindo trilhas, por vezes, junto com o meu filho, mas outras vezes, simplesmente apontando direções por princípios e valores e torcendo muito para que ele faça boas escolhas.

Este é o ciclo da vida!

jOeL CaRdOsO

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Revelar Deus


Quero dizer que a cada dia tenho experiências com Deus porque meu filho O revela. Quero revelar Deus ao Pedro também todos os dias da minha vida. Quero comunicar a vida de Deus para a Nivea em cada atitude ou diálogo travado, mesmo quando em discordância de pensamentos. O desafio não é com o diálogo propriamente dito, mas com a vida ou morte que minhas palavras carregam.

Deus revela-se nas relações.

Não há melhor forma de conhecermos Deus a não ser em gente. Por isso Cristo se fez gente e habitou entre nós. Ele é a exata expressão de Deus.

Cada sorriso do Pedro, cada chôro dele, cada momento vivido até aqui me fazem olhar para um outro céu, que não é distante e nem adiante, mas é agora e aqui. A morada eterna de Deus é no coração das pessoas.

Os valores eternos são para vivermos hoje. Reconhecendo o meu filho (ou qualquer ser humano) como habitação de Deus abro a possibilidade de ter uma vida mais respeitosa, desejosa de paz e em busca do amor que Cristo nos ensinou.

Revele Deus não por sermões ou palavras bem articuladas.

As pessoas próximas devem perceber que Deus habita em você.

Seja simples e ame com atitudes.

Não deseje que Deus seja gracioso para com as pessoas, seja você mesmo a manifestação da graça e do amor de Deus.

Busque parceiros de caminhada. Não podemos seguir sozinhos nunca. Somos seres que vivemos melhor coletivamente.

Isto está quase virando uma lista de conselhos para o ano novo. Não é esta intenção. São somente reflexões que me desafiam e desejo o mesmo a todas as pessoas do BEM!!!

Joel Cardoso

Pedro, uma bela experiência de vida!


O Pedro nasceu em 08 de Novembro de 2010.

Foi uma gravidez muito, mas muito tranquila. Sem enjôos, desejos esquisitos (sorte minha), ou qualquer tipo de complicação.

Nas duas últimas semanas da gravidez, bem na reta final, tivemos a notícia de que o líquido amniótico estava bem baixo. Conclusão: o parto normal tão desejado precisou se transformar em cesárea faltando menos de uma semana para o nascimento previsto.

Na hora do parto, tudo tranquilo, eu com uma máquina fotográfica, o bebê sendo retirado, sendo retirado e foi retirado, não me chamaram, correram com ele para outra sala, ele não chorou e ninguém dizia nada. A Nivea querendo uma resposta que eu, definitivamente, não tinha. Os médicos eram monossilábicos ou mudos a cada vez que perguntávamos. Clima muito tenso!

Dez minutos depois me chamam à sala do pediatra, que é ao lado. Cheguei e o bebê parecia reagir um pouco e quando ameaçou chorar, liguei a máquina no modo “filmar”, pois queria que a Nivea visse o Pedro chorando e que estava “tudo” bem, ao menos, aparentemente.

A situação era bem estranha, afinal todos esperam a cena clássica: o bebê é retirado, mostram para a mãe, mostram para o pai e o levam para fazer os testes de apgar, do pezinho... a cena clássica não aconteceu; simplesmente o embrulharam num pano e saíram.

O Pedro foi para a UTI, onde passou a noite e, na manhã seguinte foi liberado. Algumas horas que pareciam demorar mais do que as 40 semanas na barriga da mãe.

Pegamos nosso filho e respiramos aliviados. A tensão foi bem grande.

Me lembrei do que disse Gabriel Garcia Marquez: Aprendi que quando um recém nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, agarrou-o para sempre”. Quando percebi meu dedo em sua mão me vi prisioneiro desse amor! Sensação única!!

Aos 6 dias de vida postei no Facebook: “Olhando meu filho nesses 6 dias de vida eu entendo porque Deus me ama: por nada”. Debruçado sobre o berço, olhando para o Pedro todos os dias, o amor só aumenta. Imagino Deus assim com cada filho e filha!

Hoje estamos muito felizes com sua rápida recuperação, suas mamadas que quase não param, seus diferentes choros que aprendemos aos poucos o que cada um significa e, sua presença em casa nos traz a sensação de compleição. Faltava muito e não sabíamos o quanto!! Quem tem filhos sabe do que estou falando. Quem ainda não tem, tendo, vai saber.

A minha vida não é mais a mesma e era mesmo pra ser assim... mudança radical!!

Amo esta vida que está posta à minha frente e quero os desafios apresentados.

Joel Cardoso

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Oi gente,

Há muito tempo não tenho postado, mas em minha última publicação citei minha amiga Carol e gostaria de amplificar o som do protesto dela.

Minha indignação chega a dar um nó na garganta.

Por gentileza, visitem o blog da Carol (link abaixo) nos posts "minha revolta" e "a história não pára por aí" - leiam tudo e por amor, juntem-se nesta causa:


Grande abraço,

Joel Cardoso

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Obrigado!!


Obrigado!!

É tão bom olhar para a minha história e perceber que as cores vivas têm mais efeito do que as pálidas.

Cores vivas são pessoas. Cores pálidas são situações contrárias. Elas existem e, também fazem parte da arte de viver.

Sendo músico aprendi que é preciso respeitar as pausas. Elas ajudam na composição de uma bela música. Se cantássemos sem as pausas certamente morreríamos sem fôlego - e a música não existe para matar; existe, sim, para nos ajudar a viver. Como é que tocaríamos sem essas pausas? Seria um som contínuo - e irritante.

Vocês, meus necessários amigos, me dão o colorido e a beleza musical.

Joel Cardoso