quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Revelar Deus


Quero dizer que a cada dia tenho experiências com Deus porque meu filho O revela. Quero revelar Deus ao Pedro também todos os dias da minha vida. Quero comunicar a vida de Deus para a Nivea em cada atitude ou diálogo travado, mesmo quando em discordância de pensamentos. O desafio não é com o diálogo propriamente dito, mas com a vida ou morte que minhas palavras carregam.

Deus revela-se nas relações.

Não há melhor forma de conhecermos Deus a não ser em gente. Por isso Cristo se fez gente e habitou entre nós. Ele é a exata expressão de Deus.

Cada sorriso do Pedro, cada chôro dele, cada momento vivido até aqui me fazem olhar para um outro céu, que não é distante e nem adiante, mas é agora e aqui. A morada eterna de Deus é no coração das pessoas.

Os valores eternos são para vivermos hoje. Reconhecendo o meu filho (ou qualquer ser humano) como habitação de Deus abro a possibilidade de ter uma vida mais respeitosa, desejosa de paz e em busca do amor que Cristo nos ensinou.

Revele Deus não por sermões ou palavras bem articuladas.

As pessoas próximas devem perceber que Deus habita em você.

Seja simples e ame com atitudes.

Não deseje que Deus seja gracioso para com as pessoas, seja você mesmo a manifestação da graça e do amor de Deus.

Busque parceiros de caminhada. Não podemos seguir sozinhos nunca. Somos seres que vivemos melhor coletivamente.

Isto está quase virando uma lista de conselhos para o ano novo. Não é esta intenção. São somente reflexões que me desafiam e desejo o mesmo a todas as pessoas do BEM!!!

Joel Cardoso

Pedro, uma bela experiência de vida!


O Pedro nasceu em 08 de Novembro de 2010.

Foi uma gravidez muito, mas muito tranquila. Sem enjôos, desejos esquisitos (sorte minha), ou qualquer tipo de complicação.

Nas duas últimas semanas da gravidez, bem na reta final, tivemos a notícia de que o líquido amniótico estava bem baixo. Conclusão: o parto normal tão desejado precisou se transformar em cesárea faltando menos de uma semana para o nascimento previsto.

Na hora do parto, tudo tranquilo, eu com uma máquina fotográfica, o bebê sendo retirado, sendo retirado e foi retirado, não me chamaram, correram com ele para outra sala, ele não chorou e ninguém dizia nada. A Nivea querendo uma resposta que eu, definitivamente, não tinha. Os médicos eram monossilábicos ou mudos a cada vez que perguntávamos. Clima muito tenso!

Dez minutos depois me chamam à sala do pediatra, que é ao lado. Cheguei e o bebê parecia reagir um pouco e quando ameaçou chorar, liguei a máquina no modo “filmar”, pois queria que a Nivea visse o Pedro chorando e que estava “tudo” bem, ao menos, aparentemente.

A situação era bem estranha, afinal todos esperam a cena clássica: o bebê é retirado, mostram para a mãe, mostram para o pai e o levam para fazer os testes de apgar, do pezinho... a cena clássica não aconteceu; simplesmente o embrulharam num pano e saíram.

O Pedro foi para a UTI, onde passou a noite e, na manhã seguinte foi liberado. Algumas horas que pareciam demorar mais do que as 40 semanas na barriga da mãe.

Pegamos nosso filho e respiramos aliviados. A tensão foi bem grande.

Me lembrei do que disse Gabriel Garcia Marquez: Aprendi que quando um recém nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, agarrou-o para sempre”. Quando percebi meu dedo em sua mão me vi prisioneiro desse amor! Sensação única!!

Aos 6 dias de vida postei no Facebook: “Olhando meu filho nesses 6 dias de vida eu entendo porque Deus me ama: por nada”. Debruçado sobre o berço, olhando para o Pedro todos os dias, o amor só aumenta. Imagino Deus assim com cada filho e filha!

Hoje estamos muito felizes com sua rápida recuperação, suas mamadas que quase não param, seus diferentes choros que aprendemos aos poucos o que cada um significa e, sua presença em casa nos traz a sensação de compleição. Faltava muito e não sabíamos o quanto!! Quem tem filhos sabe do que estou falando. Quem ainda não tem, tendo, vai saber.

A minha vida não é mais a mesma e era mesmo pra ser assim... mudança radical!!

Amo esta vida que está posta à minha frente e quero os desafios apresentados.

Joel Cardoso

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Oi gente,

Há muito tempo não tenho postado, mas em minha última publicação citei minha amiga Carol e gostaria de amplificar o som do protesto dela.

Minha indignação chega a dar um nó na garganta.

Por gentileza, visitem o blog da Carol (link abaixo) nos posts "minha revolta" e "a história não pára por aí" - leiam tudo e por amor, juntem-se nesta causa:


Grande abraço,

Joel Cardoso

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Obrigado!!


Obrigado!!

É tão bom olhar para a minha história e perceber que as cores vivas têm mais efeito do que as pálidas.

Cores vivas são pessoas. Cores pálidas são situações contrárias. Elas existem e, também fazem parte da arte de viver.

Sendo músico aprendi que é preciso respeitar as pausas. Elas ajudam na composição de uma bela música. Se cantássemos sem as pausas certamente morreríamos sem fôlego - e a música não existe para matar; existe, sim, para nos ajudar a viver. Como é que tocaríamos sem essas pausas? Seria um som contínuo - e irritante.

Vocês, meus necessários amigos, me dão o colorido e a beleza musical.

Joel Cardoso

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Primavera 2010


Em 23 de Setembro de 2010 entramos em mais uma primavera.

É estranho... eu nunca parei para perceber essa passagem de estações, mas hoje me deparei com o pensamento voltado a este fato o dia inteiro. Me parece um convite à mudanças.

Hoje acordei mais apaixonado ainda pela minha esposa, que, além de ser uma mulher maravilhosa, ainda leva um filho nosso em sua barriga. Me sinto pleno ao seu lado!

Cantei a música do Tim Maia no chuveiro (“trago esta rosa para te dar...”). E quero mesmo estar junto daquela a quem escolhi para dividir minha vida, meus sonhos, meus medos, meus minutos de vida – cada um deles. Ela ama a vida e leva isso muito a sério.

Na mesa de almoço cheguei desejando aos meus colegas/amigos uma excelente primavera. Mas desejo mais: Desejo excelentes estações – todas elas!

Ao final desse período a flor se murchará. Que sua beleza permaneça!

Que o perfume mais desejado seja aquele exalado pelas atitudes éticas, amorosas, carinhosas e que as pessoas o percebam em nós.

Gosto de estar perto dos amigos.

Sinto a distância de gente tão querida que depois de adolescência e juventude, a vida não nos permitiu continuarmos tão próximos... mas vocês estão sempre aqui – acreditem.

Sou muito feliz por parentes e amigos que me deram a oportunidade de acreditar que vale a pena viver amando e recebendo amor. Isso me desafia a levar esse amor a quem não o conhece no seu dia a dia.

Quando uma pessoa chega à minha amiga Carol Fomin (que se dedica à causa dos surdos e empunha a bandeira da acessibilidade) e diz que nunca antes alguém havia sorrido para ela na vida, vejo que estou andando com pessoas das quais o mundo não é digno.

Quando me pego chorando ao escrever essas palavras, sei que ainda há uma esperança de que pessoas como eu, que passaram por adversidades, ainda possam sorrir e isso depende bastante de mim. “Depende de nós que o circo esteja armado; que o palhaço esteja engraçado...” Ivan Lins

Quero continuar acreditando sempre em vocês, em mim e na vida. E que a vida não seja performance social, religiosa ou de qualquer tipo. Que seja verdade! “Eu vejo a vida melhor no futuro e vejo isso por cima do muro de hipocrisia que insiste em nos rodear...” Lulu Santos

Quero seguir o exemplo da Carol, da minha irmã Nenê, de Gandhi, de Madre Teresa de Calcutá de amar e levar a paz. Não sei quem acredita mais ou acredita menos. Quem tem a melhor filosofia ou teologia, mas sei que fazem a vida ser mais bela. E me desafiam a ser uma pessoa melhor.

Neste início de Primavera 2010 eu quero juntar a minha voz ao Gonzaguinha e a todos que queiram amar a vida. “Somos nós que fazemos a vida como der, ou puder ou quiser: sempre desejada...” “Eu fico com a pureza da resposta das crianças: É a vida. É bonita e é bonita!”

Joel Cardoso

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Bons pensamentos!!


Dizem que estas são frases de uma campanha publicitária:

Gostei!!!


Lembre-se de Viver...

"Crie filhos em vez de herdeiros."

"Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete."

"Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela."

"Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."

"Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."

"Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"

"Quantas reuniões foram mesmo esta semana? Reúna os amigos."

"Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."

"...e quem sabe assim você seja promovido a melhor (amigo/ pai/ mãe/ filho/ filha/ namorada/ namorado/ marido/ esposa/ irmão/ irmã... etc.) do mundo!"

"Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los



trecho de - "Procura da Poesia"
Carlos Drummond de Andrade


"...Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos.

Estão paralisados, mas não há desespero,

há calma e frescura na superfície intata.

Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.

Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.

Espera que cada um se realize e consume

com seu poder de palavra

e seu poder de silêncio.

Não forces o poema a desprender-se do limbo.

Não colhas no chão o poema que se perdeu.

Não adules o poema. Aceita-o

como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada

no espaço.



Chega mais perto e contempla as palavras.

Cada uma

tem mil faces secretas sob a face neutra..."

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Gabriel Garcia Marquez - frases


“...Tantas coisas aprendi com vocês, os homens...

Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.


Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre.


Aprendi que um ser humano só tem o direito de olhar para um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.”


Gabriel Garcia Marquez

terça-feira, 4 de maio de 2010

Loucos e sANTOS


Loucos e santos

“Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.

Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco.

Quero os santos para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.

Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice!

Crianças para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.

Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril.”

Oscar Wilde

sábado, 1 de maio de 2010

Mesmo Teto

Estejam à vontade!!


Aqui não é preciso mais do que poesia, violão, café, ou qualquer bom pretexto para estarmos entre amigos. Se é que precisamos do pretexto.

Debaixo do mesmo teto a gente se protege.
Debaixo do mesmo teto a gente brinca, canta, briga, chora, ri, acolhe.
Debaixo do mesmo teto a gente fica perto demais pra eu fingir ser alguém que não sou.
Debaixo do mesmo teto a verdade transparece e nos liberta... e isso é muito bom.

O convite não é para concordar ou discordar, mas que se tenha opinião, mesmo que seja outra. E que isso não nos afaste.

Pessoas que desejam pensar e conviver, apesar das diferenças, estejam à vontade para ficarmos debaixo do mesmo teto.

Joel Cardoso

quinta-feira, 29 de abril de 2010

janela para a liberdade

Quando se inicia a vida escolar, a pessoa (criança) já sabe falar diversas palavras, elaborar frases, mas, instrumentalizada, melhora a cada dia sua compreensão das coisas.
Entendemos, quando crianças, alguns significados e melhoramos - ou simplesmente mudamos - nossa percepção destes significados conforme amadurecemos.

Isso não é, necessariamente bom ou ruim. Há, somente, outras perspectivas conforme evoluimos em nossa cosmovisão.

É assim também na trajetória da espiritualidade.

Dado o amadurecimento na compreensão e o aguçar do senso crítico, passa-se a levantar questões sobre visões válidas em outra fase da história, mas que podem nada dizer nos dias atuais.

Concordo com Julio Zabatiero quando propõe uma "auto-revisão" porque a prática dos nossos pais não precisa, necessariamente ser a nossa prática.

Numa família se o bisavô não andou de carro, ou o avô não teve telefone celular e o pai fez outra opção de espiritualidade, não quer dizer que este seja o jeito "certo" de se viver.
Viveram balizados por seus contextos, mas hoje há outras possibilidades.

Não é preciso cristalizar a percepção do que dizemos ser a Verdade, pois a Verdade é mais importante do que a percepção.

A igreja sair do "centro" para a margem, se tornando parceira na caminhada popular é realmente espiritualidade com frutos de justiça (leia-se justiça social, que creio ser desta que devamos ter fome e sede).

Também concordo com Zabatiero quando diz que "sem auto-crítica, a militância se reduz a mera ignorância... e ortodoxia vazia"

Olharmos para um texto e nos enxergarmos nele é como olhar para um espelho. O espelho revela, mas distorce. Revela, mas mostra a imagem ao contrário. Não podemos nos encantar mais com o espelho do que com a pessoa. Quando isso começa a acontecer é necessário transformar esse espelho em janela, porque por ela vemos outros horizontes, temos a liberdade de sair para o quintal ou para onde quisermos e, se quisermos, podemos até mesmo entrar e sair... e entrar e sair...

Uma revisão e uma auto-crítica nos deixam livres de fundamentalismos.É preciso que o nosso "espelho" seja transformado em "janela" para que não seja criado outro fundamentalismo. A liberdade deve continuar a ser priorizada, inclusive àqueles que se oponham ao "nosso pensamento".

Nosso pensamento que pode virar um método.

Não optaria pela palavra método - que significa "caminho para se chegar a um fim". Um método pode induzir ao fim que se deseja.

Melhor seria ter ferramentas e com elas possibilitarmos sempre a CONSTRUÇÃO da história.

Com ferramentas, cada pessoa pode fazer sua construção, utilizando-se do novo, ou até do velho, enfim... do que couber em seu contexto.

Joel Cardoso

domingo, 25 de abril de 2010

doce presença

Aconteceu em Maio de 2006.

...Era mais uma manhã no hospital - talvez a sexta ou a sétima; eu estava internado por causa de um pneumotórax espontâneo que me pegou de surpresa e quase me tirou todo o fôlego (literalmente).

Meu irmão entra pela porta trazendo revistas e jornais pra que eu soubesse um pouco do que estava acontecendo naqueles dias fora dali. É... porque ali eu sabia bem o que acontecia, eu estava me recuperando de momentos terríveis de dor e do trauma de saber que por alguns poucos minutos não morri.

Meu irmão me deu um beijo, e perguntou:

- Você deve estar pensando em coisas que nunca pensou, né?

Eu respondi:

- É, e também tenho deixado de pensar em coisas que sempre achei que fossem importantes.

A conversa se desenvolveu e falamos sobre diversas coisas.

Depois que ele foi embora fiquei pensando nessa pergunta e nessa resposta. Pouco tempo depois eu estava colocando em palavras o sentimento que me envolveu nesse trecho da conversa.

O que seria realmente importante na vida? É simples a reposta: a vida.

E só é possível viver de verdade, ou plenamente, se eu me encontrar com o meu Criador.

Sentir a presença dEle nos momentos angustiantes no hospital, foi como colocar doce nos lábios, adoçando a alma e chegou até o meu entendimento.

Aquilo que eu pensava, cantava e poetizava sobre a presença de Deus, foi quase que palpável.

O que sempre sonhei e desejei em relação a tudo na vida, quase se foi em um piscar de olhos, mas a presença doce desse Deus não me deixou nunca.

Essa é a verdadeira importância da vida.

Eis a minha oração e música:

“É doce a presença do Senhor. É tão doce receber Teu amor

Mesmo na dor ou se a morte rondar

Se a noite calar sem o sono chegar

Se longe de todos eu quiser chorar

Eu sei que Tu, meu Deus, estás comigo

Muito mais vale ter Tua presença, até no vale sinto Tua presença

Mais do que realizar todos os meus sonhos

Eu prefiro sempre estar em Tua presença, Senhor”.


Joel Cardoso

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

que pena!!!

Allison Ambrósio - um amigo - foi embora desse mundo.

Com 47 anos de uma vida intensa e íntegra - um aneurisma cerebral o levou de nós.

O mundo fica mais sem graça, com menos poesia, e sem suas muitas composições brotando a todo tempo.

Não dá para acreditar que perdemos tão cedo uma pessoa inacreditável... acreditem!!

Que pena para todos nós!!! Que pena!!!