sexta-feira, 31 de julho de 2009

E sE tUdO fOsSe MúSiCa??


E se tudo fosse música?

Seria bom demais poder cantar você pra sempre, desejar te conhecer.
Sonhar e imaginar como seria a mulher que meu coração desejaria.

Se tudo fosse música...
Eu te colocaria em verso e prosa, te daria uma melodia.
Ao violão, doces acordes tentando traduzir
O que talvez fosse uma linda canção e história de amor,

Mas se tudo fosse música não haveria você.
Só sonharia você, desejaria quem você não é.

Se tudo fosse somente música
O verso não passaria de rimas; a prosa não seria real;
O violão cansaria de tanto tentar...

Mas a mais linda canção não pode ser tocada, nem cantada,
Nem traduzida em outra forma qualquer,
Senão numa história de amor construída dia a dia,
Com uma realidade que nem sempre é confortável
Mas que é verdadeira.

E se tudo fosse só música... eu seria só.
Você não seria verdade e não haveria a verdade de nós dois.

Prefiro cantar com você essa vida sofrida ou feliz,
Alegre, mas com lágrimas.
E crescer... crescer...e viver essa linda história
Que é canção, que é prosa, que é sonho e que é amor.

Joel Cardoso

terça-feira, 28 de julho de 2009

Você tem fome de quê? Você tem sede de quê?

Não quero fazer justiça justiceiramente

Não quero clamar por justiça... pra que haja vingança

Não quero pedir justiça... pra Deus pesar Sua mão


Ter fome de justiça

É querer muito praticar o que é bom

É ser justo em minhas ações

É olhar a injustiça humana

E matar a fome de alguém


Sede de justiça não é desejar a paga pelo mal...

Mas, a despeito do mal, fazer o bem.

Sede de justiça não é sede de vingança

É desejo de igualdade no direito à vida.


Se tenho fome e sede de justiça

Tenho de viver toda a nobreza de um justo

Não aquele “justo” arrogante e dono da verdade

Mas o de caráter sem sombra

Sem medo de que a luz mostre sua ética e sua prática.


Quero a justiça que tem uma folga e que deixa respirar

Aquela que não sufoca.

Que olha graciosamente para os que erram (porque nós erramos)

E permite tentar novamente e novamente.

Joel Cardoso

sexta-feira, 24 de julho de 2009

...Era mais uma manhã no hospital - talvez a sexta ou a sétima; eu estava internado por causa de um pneumotórax espontâneo que me pegou de surpresa e quase me tirou todo o fôlego (literalmente).

Meu irmão entra pela porta trazendo revistas e jornais pra que eu soubesse um pouco do que estava acontecendo naqueles dias fora dali. É... porque ali eu sabia bem o que acontecia, eu estava me recuperando de momentos terríveis de dor e do trauma de saber que por alguns poucos minutos não morri.

Meu irmão me deu um beijo, e perguntou: - Você deve estar pensando em coisas que nunca pensou, né?

Eu respondi: - É, e tenho deixado de pensar em coisas que sempre achei que fossem importantes.

A conversa se desenvolveu e falamos sobre diversas coisas. Depois que ele foi embora fiquei pensando nessa pergunta e nessa resposta. Pouco tempo depois eu estava colocando em palavras o sentimento que me envolveu nesse trecho da conversa.

O que seria realmente importante na vida? É simples a reposta: a vida.

E só é possível viver de verdade se eu me encontrar com o meu Criador. Sentir a presença dEle nos momentos angustiantes no hospital, foi como colocar doce nos lábios, adoçando a alma e chegou até o meu entendimento. Aquilo que eu pensava, cantava e poetizava sobre a presença de Deus, foi quase que palpável.

O que sempre sonhei e desejei em relação a tudo na vida, quase se foi em um piscar de olhos, mas a presença doce desse Deus não me deixou nunca.

Essa é a verdadeira importância da vida.

“É doce a presença do Senhor. É tão doce receber Teu amor

Mesmo na dor ou se a morte rondar

Se a noite calar sem o sono chegar

Se longe de todos eu quiser chorar

Eu sei que Tu, meu Deus, estás comigo

Muito mais vale ter Tua presença, até no vale sinto Tua presença

Mais do que realizar todos os meus sonhos

Eu prefiro sempre estar em Tua presença, Senhor”.

Joel Cardoso